Depois de assistirem entenderão...
Me revolto com injustiças que vejo e acredito que a maioria também se revolta.... sou muito emotiva em relação à filmes como a maioria tenho certeza que é... me pergunto, o que fazemos com os sentimos que afloram em nós diante de um situação? Talvez tentamos simplesmente ameniza-los... mas como? Por que não estamos acostumados a lutar por aquilo que acreditamos ser certo? As vezes acho que a maioria da população é muito passiva à tudo que acontece.... e me incluo... Por isso parece que as injustiças sempre vão acontecer.... Parece que vamos nos revoltar, nos indignar, mas logo esquecemos pois outras e outras e outras injustiças vão aparecendo pela frente.... Somos acomodados.... em nossa maioria pelo menos...
Mas e aí????
Não quero mais ser dessa maneira que percebo que sou... De repente se eu começar a promover minha mudança vou conseguir promover a mudança de pensamento de outras pessoas tb....
Vou começar ajudando a divulgar uma denúncia de nossa sociedade... Uma denúncia de como pré-julgamentos podem afetar para sempre a vida de um pessoa...
O filme O Bicho de 7 cabeças é baseado no livro "O Canto dos Malditos" de Austregésilo Carrano Bueno. É um livro autobiográfico que foi censurado por algum tempo. Essa censura mostra o poder que a instituiçao médica exerce em nossa sociedade.
Vou fazer um copia e cola básico aqui sobre a sinopse do livro que achei na site a editora Rocco.
SINOPSE DO LIVRO:
Dois anos e meio depois de ter sido recolhido de todas as livrarias do país por ordem judicial, Canto dos malditos finalmente volta às prateleiras. O livro de Austregésilo Carrano Bueno é um precioso documento sobre os abusos cometidos em hospitais psiquiátricos brasileiros e serviu de base para o premiadíssimo Bicho de sete cabeças, da cineasta Laís Bodanzsky. A nova edição conta ainda com um posfácio inédito, que dá ainda mais profundidade e atualidade à obra.
Canto dos malditos é um texto autobiográfico em que o paranaense Austregésilo Carrano Bueno narra sua via-crúcis pelos hospícios de Curitiba e do Rio de Janeiro. Aos 17 anos, em 1974, ele era um jovem rebelde, habituado a fumar maconha e a se drogar com medicamentos de uso restrito, embora não pudesse ser considerado um viciado. Certo dia, o pai de Austry, como ele era chamado, encontrou uma trouxinha da erva alucinógena em sua jaqueta. Sem nem ao menos conversar a respeito do assunto com o filho, ele o internou à força num hospital psiquiátrico de sua cidade, Curitiba, para desintoxicação. Foi quando começou o horror do autor.
Ao longo de um ano de internação, Austry foi submetido a dezenas de sessões de eletrochoque, além de ser obrigado a ingerir cerca de 15 comprimidos diários. Ele, que então se preparava para o vestibular, passou a viver cercado de enfermeiros sádicos, psicopatas ameaçadores e loucos que defecavam e urinavam por toda parte. No fim do "tratamento", o jovem rebelde e cheio de vida havia se transformado num ser abobalhado, sem vontade própria, incapaz de se concentrar em qualquer atividade ou mesmo de abotoar uma camisa, com o organismo repleto de substâncias químicas cujos nomes ele jamais saberá. E tudo isso foi feito sem que médico algum o examinasse ou lhe dirigisse a palavra, nem mesmo no ato da internação.
Quando saiu da clínica, Austry já não tinha condições de conviver com as pessoas ditas normais. Desajustado pelos eletrochoques, pela sedação pesada e torturas variadas, ele acabou sofrendo também nas mãos da polícia, que lhe proporcionou doses extras de humilhação e espancamento. O próprio Austry pediu para voltar ao sanatório – ele agora preferia conviver com os loucos, pois haviam-no transformado num deles. Até os 20 anos, ele foi internado em várias instituições psiquiátricas, sempre tendo todos os seus direitos desrespeitados. Austry passou dias e dias amarrado à cama ou trancafiado em cubículos escuros e imundos, semelhantes às solitárias das penitenciárias. Ele recebia injeções diárias, aplicadas sem o menor cuidado, o que lhe rendeu feridas, inchaços e infecções. Por vezes, quando implorava por um sedativo que lhe amenizasse as dores insuportáveis, tudo o que ele obtinha era uma nova surra, aplicada por profissionais de saúde irresponsáveis e criminosos.
Em julho de 2001, superados todos esses horrores – mas com traumas e seqüelas irremediáveis – Austregésilo Carrano Bueno publicou Canto dos malditos, em que relata todos os horrores por que passou. Antes disso, em 2000, seus manuscritos já haviam dado origem ao filme Bicho de sete cabeças, que conquistou 57 prêmios, oito deles fora do Brasil. Entretanto, em abril de 2002, o livro foi cassado e proibido de ser comercializado e divulgado devido a uma ação judicial movida pela família de um dos médicos citados no texto. Sob a alegação de calúnia e injúria, a biografia saiu de circulação.
Agora, adotado em 12 universidades, colaborando para a formação de profissionais de medicina, psicologia, sociologia e direito, Canto dos malditos finalmente pôde voltar às livrarias e bibliotecas, acrescido de um posfácio em que o autor conta detalhes do processo de cassação, explica como o filme de Laís Bodanzsky colaborou para a aprovação da Lei Federal de Reforma Psiquiátrica, defende a tese de que a omissão da sociedade e o regime militar foram os maiores responsáveis pelo que lhe aconteceu e apresenta o Movimento da Luta Antimanicomial, do qual faz parte. A nova edição também omite, por precaução, os nomes verdadeiros das pessoas citadas, embora a obra tenha sido liberada pela Justiça em sua versão original e completa.
Não achei esse livro para vender em nenhuma livraria, nem na editora... então vale procurar em sebos.... não tive ainda a oportunidade de ler esse livro mas já está em minha listinha....
Tá aí a dica!!!! :)